Porque hoje estou virado para o lado sombrio da vida!

Sentado na cadeira eléctrica, ele prepara-se para enfrentar o desafio de ultrapassar a vida e conquistar a morte. O ambiente é soturno, espectral, assombrado, com uma leve aproximação ao etéreo sobrenatural que assinala por escassos momentos a presença do divino. A cadeira eléctrica pode muito bem ser, afinal, quando transposta para essa dimensão, o trono de deus, um suposto deus sempre desconhecido mas omnipresente, incompreensível e imponderável mas violento nas suas expressões de poder. A profundidade que a atmosfera prisioneira de uma fúria contida e de um fascínio obscuro consegue atingir, revela-se quase tão assombrosa quanto o grau de distância que a separa das realidades terrenas e a eleva a uma dimensão superior desconhecida…